Michael Jackson: seus valores refletidos em sua música
Michael Jackson sempre expôs o que acreditava nas letras de suas canções, pois acreditava que sua arte era a manifestação de sua alma. Em uma entrevista concedida à revista Ebony, afirmou que “eu não tenho crédito nenhum pelo meu trabalho, vem dos Céus, é criação de Deus.”
Apesar de nunca ter se posicionado politicamente — por ser Testemunha de Jeová e, segundo ele mesmo, não entender do assunto — , algumas de suas canções carregam fortemente valores conservadores. Encontra-se defesa da família, proteção às crianças, defesa da liberdade, rejeição ao autoritarismo estatal, rejeição ao establishment, rejeição à grande mídia, fé em Deus e nos valores cristãos, dentre outros.
Porém, por dinheiro e pressão pela aceitação do status quo em tempos de cultura do cancelamento — não tenha dúvida de que, se estivesse vivo, Michael Jackson teria sido cancelado há muito tempo — sua imagem está sendo distorcida pelo seu Espólio e por alguns de seus fãs para construir um militante progressista.
Suas canções — especialmente They Don’t Care About Us, música contra o autoritarismo estatal que foi completamente retirada de contexto para servir à ideologias e movimentos socialistas — estão sendo distorcidas e usadas para favorecer grupos socialistas radicais, como Black Lives Matter. E, infelizmente, muitos conservadores acreditam nestas narrativas e injustamente o julgam e o rejeitam, repetindo as mentiras da grande mídia ao seu respeito.
O objetivo deste artigo é mostrar que Michael Jackson nunca foi um militante socialista. O verdadeiro Michael Jackson foi um homem dotado de valores tradicionais e morais cristãos e humanitários dos quais carregou durante toda sua vida, e merece ser reconhecido por isso.
Black or White
A canção Black or White, lançada no álbum Dangerous, em 1991, mostra que Michael Jackson nunca acreditou em separação de pessoas pela cor de sua pele, e que nós devemos ser julgados por quem nós somos — muito diferente do que pensa os militantes do Black Lives Matter, que pregam uma verdadeira segregação.
Proteção para gangues, clubes e nações
Deteriorando as relações humanas
É uma guerra de territórios numa escala global
Eu quero ouvir os dois lados da história
Veja, não se trata de raças
Apenas lugares, rostos
De onde o seu sangue vem é onde é o seu lugar
Eu já vi o brilho ficar mais apagado
Eu não vou passar a minha vida sendo apenas uma cor
Eu disse, se você estiver pensando em ser meu irmão
Não importa se você é negro ou branco
Seja negro, seja branco
Sobreviver é difícil para todos
Can You Feel It?
Novamente, desta vez ainda na época de The Jacksons, Michael frisou a igualdade e que somos todos irmãos.
Porque somos todos iguais
Sim, o sangue dentro de mim está dentro de você
Shout
Shout, que significa “gritar”, foi cotada para o álbum Invincible, de 2001. Na canção, Michael Jackson “grita” contra um mundo que está perdendo todo amor e todos os valores morais que nos regem.
Problemas, complicações e acusações
Dividindo as nações e raças de rostos vazios
A guerra está ocorrendo
Decepções e indecisão, nenhuma fé ou religião, como nós estamos
vivendo
Envenenado seu corpo e sua alma por um minuto de prazer
Mas o dano que você vê feito vai durar para sempre
Os bebês que nascem no mundo já viciado em drogas e aflitos
Os valores familiares estão contrariados
Song Groove (Abortion Papers)
Esta é uma das canções mais impactantes de toda a carreira de Michael Jackson, e que nos revela um homem pró-vida e anti-aborto. Song Groove, infelizmente pouco conhecida, foi escrita em meados da década de 1980 e foi cotada para o álbum Bad, de 1987. Na canção, Michael retrata a angústia de uma jovem mãe que está prestes a realizar um aborto, mas a encoraja para que não assassine seu filho.
Aguardando sua vez, lendo as palavras
Cantando uma canção, recitando versículos da Bíblia
O pai está confuso, a mãe desesperada
Os irmãos a encorajam. E tudo o que eu vi?
Você sabia da mentira, você veio
E o coração? É tudo o que sei
Estes documentos do aborto
Assinados em seu nome contra a Palavra de Deus
Estes documentos do aborto
Pense sobre a vida, eu gostaria de ter o meu filho
Heal The World
Heal The World é uma das mais impactantes e belas canções de Michael Jackson. Lançada em 1991 no álbum Dangerous, a música, dotada de referências bíblicas, fala da importância de valorizar a vida, do amor ao próximo e de preservar um mundo melhor para as novas gerações. É uma perfeita descrição do pensamento cristão e conservador. Dentre várias definições, Edmund Burke definia conservadorismo como um pacto da geração presente com a geração passada e a geração futura.
E o sonho no qual fomos concebidos
Revelará um rosto alegre
E o mundo no qual uma vez acreditamos
Brilhará novamente em graça
Então por que continuamos sufocando a vida?
Ferindo a Terra, crucificando sua alma
Mas é claro ver
Que este mundo é divino, seja a luz de Deus
Nós podemos voar tão alto
Nunca deixe nossos espíritos morrerem
No meu coração eu sinto
Vocês todos são meus irmãos
Criem um mundo sem medo
Juntos nós choraremos lágrimas de alegria
Veja as nações transformarem suas espadas em arados
Nós realmente poderíamos chegar lá
Se você se importasse o suficiente com os que vivem
Faça um pequeno espaço
Para fazer um lugar melhor
Cure o mundo
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim
E toda a raça humana
Há pessoas morrendo
Se você se importa o suficiente com os que vivem
Faça dele um lugar melhor
Para você e para mim
Man In The Mirror
Man In The Mirror, lançada em 1987 no álbum Bad, reflete sobre como nós devemos primeiro olhar nossas atitudes e melhorar quem nós somos antes de querermos mudar o mundo. É uma excelente reflexão frente uma era de justiceiros sociais que, antes de cuidar de suas vidas, acreditam que podem liderar uma revolução no mundo — e através de violência.
Uma observação especial para a apresentação no Grammy Awards de 1988, em que Michael, mais uma vez, não faz acepção de pessoas pela cor da pele, dizendo que todos os homens devem mudar: o branco, o negro, independentemente da cor da pele.
Eu vou começar com o homem no espelho
Vou pedir pra que ele mude de atitude
E nenhuma mensagem poderia ser mais clara:
Se você quer fazer do mundo um lugar melhor
Olhe para si mesmo e faça essa mudança
The Lost Children
Lançada em 2001, no álbum Invincible, The Lost Children é dedicada a todas as crianças que sofrem sem um lar. Na canção, Michael reforça a importância da família como principal estrutura para a criação das crianças. Como todo conservador acredita, a estrutura familiar é a base de uma civilização saudável.
Esta é para todas as crianças perdidas
Desejando-lhes o bem,
E desejando-lhes um lar
Um lar com seus pais,
Confortáveis e aquecidas, amando suas mães
Monster
Michael Jackson nunca escondeu que não gostava da ambientação imoral de Hollywood e sempre se manteve afastado da elite artística americana por ter seus valores contrariados. Na canção Monster, revelada e lançada no álbum póstumo Michael, de 2010, Hollywood é descrita como um “monstro”, e que estaria perseguindo-o. Hoje, sabemos que Hollywood é um dos maiores antros do marxismo cultural no mundo, disseminando agendas socialistas através de filmes, séries e músicas sistematicamente para manipular a população.
E você está correndo apenas para escapar disso
Mas eles estão buscando o dinheiro
Então eles fingem
Onde quer que você pareça ir
Tem um monstro
Quando você olha para o ar
Há um monstro
Quando você vê os paparazzi na rua
Isso é um monstro
Oh, Hollywood, apenas olhe no espelho
E me diga que você gosta
E me diga que você gosta do que vê
Monstro
Ele é um monstro
Ele é um animal
Por que eles nunca estão satisfeitos com tudo o que você dá
(Você deu tudo de si)
(Eles estão vendo você cair)
E eles comem sua alma como um vegetal
Por que você está me perseguindo?
Por que você está me caçando?
Por que você fez isso para mim?
Por que você finge?
Ele está puxando você para baixo como um monstro
Xscape
Xscape, que significa “escapar”, foi escrita em meados da década de 1980, mas apenas revelada e lançada em 2014, com o álbum póstumo que leva o mesmo nome. Na canção, quase que uma descrição de 1984, Michael Jackson parece estar dizendo que está sendo perseguido e que deseja escapar do “sistema”. A maior batalha que os conservadores estão travando hoje é contra o “sistema”, que hoje é chamado de globalismo ou deep state.
Onde quer que eu vire, não importa onde eu olho
O sistema está no controle, está tudo no controle do livro
Eu tenho que ficar longe para que eu possa libertar minha mente
Escapar é o que eu preciso
Longe dos olhos elétricos
Não importa onde eu estou, eu vejo meu rosto ao redor
Eles, então, derrubam meu nome, e me empurram de cidade em cidade
Não tem um lugar para correr, mas não há nenhuma necessidade de esconder
Eu tenho que encontrar um lugar
Mas eu não vou esconder
Tenho que ficar longe de um sistema que controla o mundo hoje em dia
A pressão que eu enfrento por causa de relações tem que ir embora
O homem com a caneta escreve as mentiras que não têm fim
Eu faço o que eu quero porque eu não tenho o rosto de ninguém além do meu
Tabloid Junkie
Lançada em 1996, no álbum HIStory, a canção Tabloid Junkie expõe toda a indignação e desprezo de Michael Jackson pela grande mídia. Com o advento da internet, a liberdade de expressão aos conservadores abriu um precedente nunca antes visto na história: a quebra de monopólio da informação. A grande mídia caiu em total descrédito e suas mentiras são descobertas todos os dias. Michael Jackson já avisava da periculosidade da grande mídia décadas atrás.
Especule para destruir quem você odeia
Publique a mentira que arranjou
Assassinato e multilação
A mídia persegue em histeria
Embora todos queiram saber sobre isso
Só porque você leu em uma revista
Ou porque viu na TV
Não faz isso ser verdade, realidade
Eles dizem que ele é homossexual
Essas suas falsas testemunhas
Pragas auto-intituladas justas
Na escuridão
Me apunhalam pelas costas
Você é uma parasita em preto e branco
Que faz qualquer coisa por notícia
Mas se você não for compra-lo
Então eles não serão vitoriosos
Ler é santificá-los
They Don’t Care About Us
Por último, mas não menos importante, chegamos à canção causadora de toda esta confusão e inspiração para este artigo. They Don’t Care About Us, lançada em 1996 no álbum HIStory, é uma clara canção de protesto contra o autoritarismo. Ganhou a internet ultimamente por estar sendo usada pelo movimento radical socialista Black Lives Matter — ganhando até uma versão de 2020 com imagens de protestos. Porém, ao analisarmos a letra, podemos perceber facilmente que esta foi completamente retirada do contexto para servir apenas os interesses das ideologias.
A canção é um protesto contra a brutalidade policial, contra a supressão da liberdade, contra o autoritarismo e contra o racismo. Resumindo, contra tudo o que um conservador deve estar. Mas, é típico de socialistas tomarem para si todas estas lutas, escondendo as raízes de sua própria ideologia, pois é fácil ganhar poder através da manipulação de opiniões e de discursos humanísticos.
É muito fácil se apossar de uma canção e distorcê-la quando seu autor está falecido e não pode mais se defender. O Espólio de Michael Jackson, Black Lives Matter e alguns de seus fãs estão se comportando como verdadeiros abutres tomando para si uma canção para servir às suas ideologias nutridas de ódio, modelando a imagem de Michael Jackson da forma que quiserem e o fazendo parecer que foi um militante socialista.
Me espanque, me odeie, você não pode me quebrar
Me assuste, você nunca vai me matar
Me acuse de judeu, me processe, todo mundo faz
Me chute, não me pergunte se sou branco ou negro
Sou vítima de brutalidade policial agora
Estou cansado de ser vítima do ódio
Você está me tirando meu orgulho, pelo amor de Deus
Eu olho para o céu para ver a profecia, me liberte
Me diga o que aconteceu com meus direitos?
Sou invisível agora? Por que você me ignora?
Sua proclamação me prometeu liberdade
Estou cansado de ser vítima da vergonha
Eles estão sujando meu nome na classe
Não acredito que essa é a terra de que eu vim
Você sabe que eu odeio dizer
Mas o governo não quer ver
Mas se Martin Luther estivesse vivo
Ele não deixaria isso acontecer
Defesa da liberdade e desprezo ao autoritarismo do Estado: duas fortes características do pensamento conservador. Desde Aristóteles até Roger Scruton, toda a trajetória do pensamento conservador foi em defesa da dignidade humana.
Isto é observável em várias épocas diferentes, como Aristóteles, se posicionando contra o autoritarismo sofista — e acabou sendo morto por isso; Edmund Burke, político irlandês, contra a tirania praticada por líderes da Revolução Francesa; Abraham Lincoln, pela libertação dos afro-descendentes da escravidão; Martin Luther King, — citado na canção — contra o racismo e pela equidade racial; Eric Voeglin, contra a tirania nazista e marxista, tendo que fugir da Polônia; Roger Scruton, contra a Cortina de Ferro soviética na República Tcheca; dentre outras centenas de ativistas conservadores.
Ao contrário da trajetória do pensamento socialista — base do Black Lives Matter, como já dito antes — que, desde Karl Marx, nutre ódio. Este próprio afirmou que “ o lixo étnico deve perecer no holocausto revolucionário.”
Analisando a linha da tirania socialista, temos; 25 milhões de mortos na União Soviética; 65 milhões de mortos na China; 1 milhão de mortos no Camboja; dentre as dezenas de experiências socialistas que resultaram em miséria e genocídio, e não por acidente, mas por terem seguido estritamente a linha de pensamento socialista.
E devo aqui citar também a primeira versão do clipe, que se passa numa prisão. No decorrer das cenas, é mostrado um homem em frente a tanques de terra. Isto ocorreu em um protesto na China contra o autoritarismo do Partido Comunista Chinês conhecido como Massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989. A Ditadura Chinesa respondeu ao protesto de forma violenta. Estima-se que 3000 pessoas foram mortas nos dias decorrentes do protesto pela polícia socialista chinesa, além de milhares de feridos e presos.
Outra cena ultrajante é a de policiais agredindo fortemente o motorista negro Rodney King, evento que culminou em vários protestos violentos em Los Angeles, em 1992. No clipe, também é mostrado e denunciado esta violência de radicais que se apropriaram da causa, quando aparece um manifestante arremessando uma pedra na cabeça de uma mulher branca. Michael Jackson estava denunciando o radicalismo e violência de quaisquer dos lados. A mesma violência usada pelo Black Lives Matter.
Era contra isso que Michael Jackson estava protestando. Para a infelicidade de militantes socialistas, em nenhum momento a canção instiga o ódio aos oficiais de segurança e nem a segregação racial, inclusive, o início do clipe é marcado pelo escrito “este filme não degrada nenhuma raça, mas é sobre as injustiças contra todos os homens.” É um desabafo de alguém revoltado com a supressão da liberdade, e não pela vingança, ressentimento e ódio.
Não venham agora utilizar a memória e o legado de um grande homem e um grande artista já falecido e, como abutres imundos, roubar e distorcer sua música para seus propósitos malignos se disfarçando de justiceiros contra o racismo e contra a opressão, quando na verdade são propagadores do ódio, do racismo, da segregação, do socialismo, da revolução e da violência, comportamentos dos quais Michael Jackson rechaçou sua vida inteira.